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GESTANDO O NOVO...

Então, eu tô de férias. Tá, bem bem bem de férias não, por que minha cabeça segue trabalhando (e  eu estou fonoaudióloga na Secretariada Saúde, o que me faz ter que acordar cedo e organizar a rotina).
Porém, tardes como a de hoje, amenas, silenciosas, com uma brisa suave e uma melodia tranquila permitem que eu entre em contato com minha alma.
E me organizo mentalmente, materialmente, pessoalmente, mas sobretudo espiritualmente
Não sei ainda se vou mesmo pra uma sala de recursos. Ainda não sei que espaço estarei ocupando a partir de 18 de fevereiro. Não vem muito ao caso.
Mas já dá pra ir organizando materiais pra trabalhar com alunos com problemas graves de aprendizagem que estejam frequentando a escola regular.
Sei lá se vai ser uma criança com síndrome de Down, uma criança com Dislexia, uma criança com TDAH, uma criança com traços de Autismo, Asperger ou outra TGD, uma criança com Altas Habilidades/Superdotação. Uma criança com Disartria, uma criança que não fala, uma criança que não brinca, uma criança que não tem pais, uma criança negra, uma criança pobre, uma criança vítima miserável de vida.
Em todos e qualquer dos casos, trata-se de UMA CRIANÇA. Antes de tudo. Antes do problema, antes da diferença, antes de eu começar a fazer parte de sua história. Uma criança. Que vai ser mais feliz se alguém a sua volta for delicado, amável, educado, gentil, amigável, confiável.
Alguém que lhe mostre o universo diminuto dos insetos, das flores, dos animais, do fundo do mar, dos rios e florestas.
É bem assim...que mundo eu quero apresentar aos meus alunos? O que eu espero que meus amiguinhos aprendam? 
O certo mesmo é que eu vou ter que aprender muito com eles. Afinal, seguindo com o pensamento de Paulo Freire, aprender ensinando e ensinar aprendendo. Pra concluir, concluo:
"Se na verdade, o sonho que nos anima é democrático e solidário, não é falando aos outros, de cima para baixo, sobretudo, como se fôssemos os portadores da verdade a ser transmitida aos demais, que aprendemos a escutar, mas é escutando que aprendemos a falar com eles. Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, mesmo que, em certas condições, precise de falar a ele. (FREIRE, 1996, p. 113)"



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