Pular para o conteúdo principal
 ....O boizinho da cidade ou cola fina para os gaúchos segue em frente, pensando estar na direção certa.Passa uma, passa duas, passa três porteiras e nada da tal associação e o que é  pior a gasolina do carro termina e o pobre fica bem abichornado e resolve até sentar perto de umas macegas mas, nisso aparece um gaúcho pilchado a capricho pacholento com ar de quem sabe tudo de campanha. O rapaz cria alma nova quando o avista e diz moço preciso de ajuda. Como posso sair daqui? Parece que tu , tá meio atoa aqui não tem auto de praça o que eu posso fazer é consegui  um pingo meio lerdo pois tu é um baita maturrengo, que tu acha ? disse o gaúcho.O moço atordoado com tanta coisa que não entende, repete quero sair daqui, preciso voltar para a civilização.
O gaúcho com voz mansa diz: calma mosito, o senhor esta muito mariado, posso campiar uma carona com o pessoal que tão lá em casa pois, hoje é domingo dia de grande mosquedo. Ok, vamos lá diz o moço sem muita escolha.Passo adiante      

                         
JANE MAIRA .

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Cartomante - Machado de Assis

HAMLET observa a Horácio que há mais cousas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia. Era a mesma explicação que dava a bela Rita ao moço Camilo, numa sexta-feira de novembro de 1869, quando este ria dela, por ter ido na véspera consultar uma cartomante; a diferença é que o fazia por outras palavras. — Ria, ria. Os homens são assim; não acreditam em nada. Pois saiba que fui, e que ela adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse o que era. Apenas começou a botar as cartas, disse-me: "A senhora gosta de uma pessoa..." Confessei que sim, e então ela continuou a botar as cartas, combinou-as, e no fim declarou-me que eu tinha medo de que você me esquecesse, mas que não era verdade... — Errou! interrompeu Camilo, rindo. — Não diga isso, Camilo. Se você soubesse como eu tenho andado, por sua causa. Você sabe; já lhe disse. Não ria de mim, não
é mesmo a guachada  de fato estavam todos numa grande festa, onde envolvia ginetiada e carreiradas, bastante trago e ovelho tradicional pastel de carreira,e comonão deixar de faltar o jogo da tava, onde a guachada faziam suas apostas, e em outro canto da festa na beira de uma cancha reta outros apostavam nas pastas de um velho quarto de milha que jamais em outras carreiradas havia perdido pois então no tal momento da vitória do quarto de milha se aproxima o boizinho da cidade a procura da tal associação, conversando com a guachada chega um outro gauchão mais largado e diz ao moço da cidade o rapazinho o senhor deve estar mesmo á a procura do assentamento dos sem terra, não é muito longe daqui o senhor volta até a porteira da entrada e vira para sua direita e assim o fez indo na direção no qual o gaucho lhe explicará, novamente encontra o gaucho que alguns momentos atrás havia lhe pedido informação, pensou vou seguir pelo caminho que o outro gaucho me ensinou, pois este gaucho cheio can
ARRIBA BRAZIL!!!!! Se tem uma coisa que me incomoda na identidade brasileira é o pensamento mágico. Tudo bem, quando se tem cinco anos de idade, pensar que a força do pensamento vai fazer com que seus desejos aconteçam (veja bem, não estou me referindo ao tomo mais profundo que é o fato de que, na minha opinião, criamos a realidade que queremos e pensamos. Não. Aqui, trata-se de algo mágico como acreditar que o nariz vai crescer se você for mentiroso. Esse faz-de-conta aparece diariamente, contado pela mídia da carochinha, aquela que inventa um mundo pra você ver...É a ideia de que as eleições se ganham ou se perdem como num jogo de futebol. É a crença de que um governo vai ser perfeito, é a ideia de que democracia é algo que se realiza no governo para uma maioria. Não. isso é totalitarismo -seja de esquerda ou de direita. Gosto de pensar, contudo, que este pensamento mágico permite uma alegria e uma criatividade muito próprias da identidade do brasileiro. Mas nossa alteridade está